quarta-feira, 28 de julho de 2010

Caixa abandonada




Amanheceu mais uma vez e lá continua a caixa, no sótão abandonada. Cheia de histórias, memórias, fotografias e sentimentos. Sei que no fundo do meu coração sinto saudades de a ir visitar mas, não corro mais na sua direcção, muito pelo contrário. Evito ao máximo passar perto dela. A última vez que estive com ela ao colo, foi quando coloquei dentro dela tudo o que ela tem - a minha (antiga) vida. Se me perguntarem do que afinal tenho saudades eu diria sem sombra de dúvidas, de nada. Cubro a cara com a almofada para abafar o meu grito, enquanto caiem lágrimas desesperadas pelo meu rosto. Menti mais uma vez não foi? Sim. E vai ser assim o resto dos dias e por sua vez, tem sido assim há imenso tempo. É obvio que sinto saudades, não sei ao certo do quê. Mas isso, já se tornou relativo. Para mim, para ti e para todos os outros que de alguma forma me pertencem, como tu um dia me pertenceste. Anoiteceu. E como é de se esperar a caixa continua lá e lá vai continuar por muito mais tempo. Não há coragem, nem vontade e muito menos forças para a visitar como se ainda a deseja-se. Porque infelizmente ela tornou-se tão amarga e cruel com as recordações que destruíram o que de bom partilhávamos – o nosso amor. Amanha irá amanhecer novamente e nos próximos dias também. E assim será o resto da minha vida. E eu onde andarei? Nem eu sei, mas de uma coisa eu sei. Nada é por acaso.’ E se hoje eu escondo o que sinto, quem sabe amanha não seja preciso o fazer. Acredito no destino e confio-lhe a minha felicidade. Mas por enquanto hoje, aproveito o dia como se o amanha, não existisse. E sabes uma coisa? Tenho me sentido muito bem assim, os meus sentimentos estão guardados causando assim menos dor e dando assim a oportunidade de abrir novas portas, pois eu sei que um dia, eu irei superar todo o que sinto por ti. Um dia vais ser só uma simples caixa cheia de nada. Porque um dia é isso que vou sentir por ti, nada. E afinal isto não é o fim, mas sim o princípio. O princípio de uma nova vida!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Certeza


Enquanto procuro a felicidade que escapou por entre os meus dedos, vou encontrando todo o tipo de sentimento que existe pelo caminho. Começo a fraquejar, a sentir que não há mais nenhum sitio onde me posso acalmar e reflectir. Sinto-me perdida dentro de mim e ainda estou cansada da vida que fui obrigada a ter. (…) Se eu soubesse que iria para um lugar de paz para descansar a minha alma e finalmente encontrar a verdadeira felicidade, eu arrancaria violentamente a minha vida e a levaria para esse lugar. Enquanto permaneço aqui tento fazer algo por mim, mas não desisto do que realmente eu sei que sou capaz de fazer, ser e ainda ter. Só me resta respirar fundo, acalmar-me. Sentir o meu coração bater descontroladamente. Não olhar para o tempo, deixa-lo passar sem ansiedade. Sei que estou apavorada, mas irei continuar até encontrar a luz que me ajudará a seguir. Vou fechar os meus olhos e tentar ouvir a voz que se faz ecoar na minha cabeça, tentar colocar de lado o que o meu coração tenta explicar. Estou agora a ver a minha vida passar diante dos meus olhos, como se estivesse a folhear um livro. E sorrateiramente vejo a felicidade, o meu caminho está a vir ao de cima. Sei que muitos não terão o prazer de se isolar de tudo, mesmo que isso só me aconteça quando sinto que tenho a minha vida completamente desorientada e sem ninguém do meu lado para não me deixar cair num verdadeiro abismo. Neste momento cheguei a uma certeza, como há imenso tempo não fazia ideia de que isto sim, era uma certeza. Estive tão ocupada em pensar sair dos meus problemas que não me apercebi do quanto é tão bom os ter. Embora serem problemas que me dificultam viver sem preocupações e feliz em contra partida estes problemas dão-me imensa alegria, no final de cada problema estou mais forte e confiante e isso dá imenso gosto e prazer e sobretudo orgulho. Cheguei assim á certeza de que a verdadeira felicidade consiste em sabermos dar valor á vida que temos.

Se querem ser felizes, tentem hoje mesmo.