domingo, 19 de setembro de 2010

O poder do destino (...)


Parei a observar com calma os passarinhos que voam sobre a minha cabeça, ouvia com atenção as suas canções que me embalavam com o sabor do vento. Devagarinho senti o prazer da felicidade a perfurar meu peito com uma suavidade nunca antes sentida. Percebi que no final de todos os problemas há sempre a paz. A tão esperada paz chegou, agarrou o meu coração e deu-lhe muito amor. E só pensei nesse momento numa única coisa: sorrir.
Fechei os olhos, respirei fundo. E de repente vi uma casa antiga, percebi que estava cheia de mistérios e fantasmas, com jardins secretos e sótãos poeirentos, com fechaduras secretas e portas falsas, o telhado estava destruído e as janelas nem vidros tinha. Entrei com calma e deparei-me com a casa vazia, conseguia ouvir o eco dos meus passos, subia as escadas com medo, pois sabia que estavam velhas e que os parasitas já tinham passado por lá. Dei dois passos e parei, encontrava-se uma caixinha pequena, dourada e muito trabalhada. Carregada de memórias e recordações e por incrivel que parece entrei nela e te vi, estavas na minha mente e era tão real. Estavas bem lá no fundo, acorrentado com um olhar triste e muito arrependido. Esse olhar inocente que sempre fez de ti uma pessoa meiga. Olhei-te com indeferença. Pois ainda estava magoada e muito desiludida contiga. Senti a tristeza invadir-me e a levar-me para longe de ti, novamente. Abri os olhos, sequei as lágrimas e sorri. Voltei a fechar os olhos, começei a correr na direcção da casa novamente. Corri como nunca antes havia corrido. O cançaso já se fazia ver no meu rosto e a ansiedade parecia imensa. Cheguei, entrei e subi. Repeti tudo de novo, e lá estavas tu. No mesmo sitio onde haveria ter te deixado, contra a minha vontade. Segui ao teu encontro mas, não estavas triste nem muito menos acorrentado desta vez. Estavas com raiva e sorrias como se não houvesse um amanha. Rias e rias na minha cara, gozando com o pavor que eu tinha em mim por te ter deixado ali, quando precizas-te de mim. Disse que a culpa não foi minha, mas de nada adiantou. Simplesmente repetias vezes sem conta que: conseguis-te vencer, mesmo precizando da minha ajuda. E eu caí no chão agarrada ao meu peito que sangrava e doía progressivamente. E baixinho disse: “Preciso de ti!” - mas recusaste-e e seguis-te em frente sem olhar para trás, e ali fiquei eu. A morrer por fora e por dentro, carregada de lágrimas e de muita tristeza. Voltei a criar força, abri os olhos e olhei para o céu novamente, mas já não havia passarinhos, estava frio e no céu as nuvens cinzentas reinavam. Senti um arrepido e segui em frente, para retomar a minha vida. Sendo assim, prometi a mim mesma que depois desta aventura amarga e muito traiçoeira, eu não regresseria nunca mais á minha mente. Assim o fiz. Passaram-se dias e muitos meses sem entrar na minha mente, os dias tornaram-se banais e completamente vazios, mas nunca dei o braço a torcer, seguindo sempre o dia-a-dia de cabeça erguida.
Mas hoje apeteceu-me mudar a minha rotina e sentei-me num banco aqui no meu jardim, começei a ouvir uma música calma e fechei os olhos. A calma fez-se sentir no meu corpo, era a paz que me consumia. E do nada, senti alguem a puxar-me com uma força sobrenatural, era o meu coração que me tentava mostrar aquilo que os meus olhos imploravam para não ver - o amor vence sempre. E lá estava eu, dianta da casa velha de novo. Por mais força que tivesse para recuar, a tal força continuava a empurrar-me com uma força superior. De repente a esperança entrou em mim e fez-me sorrir. Pela terceira vez, entrei naquela casa, subia as escadas e abri a caixinha. Olhei e entrei nela, e ainda lá estavas tu. Ao fim de tanto tempo, estavas lá tu. Desta vez, não tinhas um olhar nem triste nem sarcástico. Tinhas um olhar de felicidade e lágrimas a correrem pelo teu rosto fora. Pela primeira vez correste na minha direcção, agarraste-me e numa voz suave saiu um: amo-te...
Eu sorri e respondi: Agora é que é para sempre!
Saimos juntos da caixa e a casa já não era mais velha, nem muito mesmo estava abandonada. Nenhum de nós percebia o que estava a acontecer, estava tudo diferente e desta vez estavamos os dois de acordo e no mesmo caminho. Sem querer abri os olhos... E numa afliação enorme começei a chorar, estava desesperada, nao queria voltar para a minha realidade, já que não tinha cumprido a minha promessa, ao menos queria aproveitar muito bem o tempo que passava na minha mente. Mas um passarinho veio contra mim, e me disse que todas as minhas aventuras em minha mente, era somente o meu passado... Algo que já tinha sido real uma vez, mas como corria sempre mal, o destino fazia questão de nos ajudar, dando-nos assim hipóteses para podermos provar que o amor faz a diferença. Lutar e nunca desistir é a regra fundamental para a felicidade e é claro que no final de tudo: O amor vence sempre!


(...) Por isso confia no destino e no poder que ele tem sobre ti, agora é a tua vez de sorrir