domingo, 6 de junho de 2010





Num certo dia peguei num pincel, numas tintas muito coloridas e numa tela e comecei a desenhar. Com muita calma fui construindo uma paisagem, fui aperfeiçoando a minha técnica, melhorando a minha capacidade artística. Mesmo que em certos momentos a paciência para estar diante de uma tela gigantesca a pintar, não fosse lá muita eu não desisti. Continuei dia após dia a desenhar. Sempre que podia, nessa paisagem tentava criar novos horizontes. E os obstáculos que pareciam ter se criado como por magia, eu tentei disfarçar com o nível de pintura tão avançado em que já me encontrava. Contudo, reparei que o quadro estava quase terminado, mas como eu tinha uma imenso prazer em desenha-lo, fui adiando e adiando e adiando até que por fim, estava mais que concluído e por mais que tentasse arranjar um espaço em branco na tela para voltar a desenhar, já não havia. Era o fim do quadro. Mas sorri, ao menos todo o trabalho que tive meses e meses de volta dele, compensaram. Sei que irei sentir saudades do tempo em que eu deixava de viver a minha vida para estar ali, na frente da tela a imaginar e a viver cada traço que eu desenhava. Cada cor quer nele pintava, significava um sentimento e por mais caminhos que eu tenha construído nesse bem dito quadro, só um deles é o verdadeiro caminho para encontrar a minha felicidade. No entanto, só eu sei que este quadro é o reflexo da minha vida. Nele está retratado todos os acontecimentos e momentos pela qual passei, mas finalmente cheguei á meta. O fim tão inesperado chegou, por mais voltas que tenha dado para nunca o alcançar. Mas hoje, depois de ter estado tanto tempo a pensar no que iria fazer ao quadro que me deu tanto prazer desenhar, cheguei a um acordo comigo e com ele. Irei pendura-lo na parede do meu quarto. Assim, sempre que o meu peito apertar de saudade eu irei ficar ali, a olhar, relembrar todos os minutos que eu passei a desenha-lo. Ao menos assim sei que nunca me irei esquecer de nada. De manha ao acordar irei olhar para ele e irei sorrir, ao deitar irá ser o mesmo e por ai adiante. Estou triste, não o nego, no fim de contas este foi o único quadro que me deu gosto desenhar. Com ele, aprendi imensas coisas e, lutar pelos meus sonhos, foi uma das tantas lições de vida que com ele aprendi. Hoje vou deixar o quadro ali pendurado, amanha quem sabe, não comece um novo quadro. E talvez, seja a mesma paisagem. Claro que irei modificar muitos dos caminhos que nessa paisagem outrora desenhei, mas pelo menos tenho uma certeza. A certeza que nesse novo quadro, o reflexo da minha vida irá ser bem mais feliz.